quarta-feira, 27 de outubro de 2010

POR QUE EXISTE A FAMÍLIA??

Você já pensou sobre qual é o objetivo da família, na terra?

Afinal de contas, por que existe a família?

Se Deus, que é o Criador de todas as coisas, criou a necessidade da vida em família, é porque ela tem uma finalidade importante para o progresso do Espírito.

Vamos encontrar a resposta para essa questão, nos ensinamentos do maior Sábio de todos os tempos.
Jesus recomendou que devemos amar o próximo como a nós mesmos.
Assim, a família é essa escola onde podemos aprender a amar umas poucas pessoas para um dia amar a humanidade inteira.

Deus, que é a inteligência suprema, sabe que no estágio evolutivo em que se encontra, o homem é incapaz de amar todos os seres humanos como a si mesmo.
Por essa razão ele distribui as pessoas nessas pequenas escolas chamadas lares, para que aprendam o amor ao próximo mais próximo.

É assim que em nossas múltiplas existências vamos aprendendo o amor, nas suas diversas facetas: amor de mãe para filho, de filho para mãe, de irmão para irmão, de avô para neto, de neto para avô, de tio para sobrinho, de sobrinho para tio, de esposo para esposa e assim por diante.
E, quando conseguimos amar verdadeiramente um filho, por exemplo, nosso coração se enternece também pelos filhos alheios. Quando desenvolvemos profundo amor por uma avó ou pelos pais, toda vez que uma velhinha ou velhinho cruzar nosso caminho, sentiremos algum carinho, porque nos lembraremos dos nossos queridos velhos.

Se o amor ao próximo é lei da vida, teremos, mais cedo ou mais tarde, que aprender esse amor. E nada mais lógico do que começar pelos familiares, que a sabedoria das leis divinas reuniu no mesmo lar.

Portanto, viver em família é um grande desafio e ao mesmo tempo um importante aprendizado, pois o convívio diário nos dá oportunidade de limar as arestas com aqueles que por ventura tenhamos alguma diferença. Nascendo no mesmo reduto familiar é mais fácil superar as desafeições, pois os laços de sangue ainda se constituem num ponto forte a favor da tolerância e da convivência pacíficas.

É por essa razão que existe a família: para que aprendamos a nos amar como verdadeiros irmãos, filhos do mesmo Criador.

Pense nisso!!
Colaboração via e-mail de Jane Mildner
Texto da  Equipe de Redação do
Momento Espírita com base em
palestra de J. Raul Teixeira

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CURIOSIDADE

A palavra “droga” vem da palavra francesa “drogue”, que significa seca, alguma coisa seca. O conceito mais comum que é usado para se referir a uma droga, estupefaciente ou entorpecente é “toda substância que provoca alterações psico-químicas no organismo, ou seja, alterações nos sentidos e no funcionamento do organismo”.

Fonte:

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Depoimento de vida 2

Sentimento

Descobrir que meu filho era um usuário de drogas, foi o mesmo que abrir um buraco negro e cair nele, sem ter onde se apoiar; esta foi a primeira imagem que tive. Depois, vieram os sentimentos de culpa, decepção, abandono, impotencia, vergonha, solidão, mágoa e acima disso tudo, uma tristeza infinita, que não tenho palavras para definir.

A pessoa envolvida com este problema, quer resolvê-lo “para ontem”. Procurei médicos, psiquiatra, clinica particular, e após esta procura, acabei descansando, achando que já havia feito o que podia, que o problema estava resolvido até porque meu filho disse;

“- Mãe eu apenas experimentei”.

Aquela que seduziu meu filho, pensei que estivesse livre dela e acabei acreditando naquele que sempre foi o filho que dizia onde estava, ia em festas de família (Natal, Reveillon), enfim, participava destes encontros que para mim, eram fundamentais.

Tinha dificuldades na escola, mas era “porque a professora pegava no pé” ou “coisas de adolescente”. Ele respondia para mim, mas era normal na adolescencia, eu via os outros que faziam o mesmo... mas estava tudo bem, então, acabamos esquecendo ou fingindo que não via as mudanças.

Depois, vem o pula-pula de empregos, sempre com as mesmas desculpas - ou o chefe pegava no pé, ou o colega tinha inveja e me entregou, ou redução no quadro de funcionários- e eu acreditando, pois “a culpa é da crise”...

Daí vem o desemprego, mentiras, juras, falta de dinheiro, pessoas cobrando na porta da minha casa, dívidas de boates, ou melhor, “bocas” da pior espécie, telefone que ele passou para outros que ligavam pedindo “voce que é fulano?” O teu filho passando cheques sem fundos, pede para estas pessoas passarem em sua casa para “acertar”, ou para entrarem em contato. Se vierem cobrar, o fazem ameaçando e dizendo que “se não acertarem o que devem, faremos de outra forma a cobrança”, e aí voce fica apavorada de como vai livrar seu filho disso e muitas vezes acabava pagando dívidas dele, que por sinal foi somente para ele se afundar ainda mais nas drogas e perceber que a sua vida está um inferno.

Você quer chorar, sumir, dormir para que quando acordar, este pesadelo já tenha passado, mas então você vê que não passou e que o problema está aí!

De repente no desespero contei para uma amiga, esta amiga tem o mesmo problema e me indicou a PATNA como ajuda. Quando fui, olhei para os dois lados da rua e entrei apressada para que ninguém reconhecesse. Subindo as escadas a mil, para participar de uma reunião que talvez tirasse meu filho das drogas, você nem imagina o que te espera aí, pois fui pelo meu filho e não por mim, mas me surpreendi com a espiritualidade que parecia ter sido feita especialmente para mim pois se encaixava direitinho no estado de espírito em que estava.

Chorando muito, encontrei ali uma pequena luz naquele buraco negro em que me encontrava.

Vi que não é vergonha procurar ajuda, que aquela porta e a escada eram a entrada para a minha recuperação, que só o experimentar já é doença, e que esta doença não tem cura, também percebi que eu estava tão doente que se não iniciasse o tratamento não tinha como ajudar quem estava precisando que era meu filho.

Aprendi a ver que a droga é uma doença que não tem cura e que apartir do momento em que eu assumi e encarei a doença de frente, o tratamento iniciou-se por mim, não como no momento em que subi aquelas escadas pelo filho. Vi como é importante o tratamento por mim e que quando se quer, não há sol ou chuva, não há nada que impeça de participar, pois, colocando em primeiro lugar a situação, nada impede de ir. Desculpas como estar cansada ou que trabalhei o dia inteiro, ou está frio, nevando, chovendo, ou que terei visitas, não existem. Colocar-se em primeiro lugar, abrir-se com as pessoas, mesmo que cada vez que falava, machucava muito e chorava feito uma criança para aliviar a alma.

No dia a dia, encontra-se muita descriminação, as vezes dentro da própria família, onde deveria ser o nosso porto seguro – aliás, o mais seguro que voce espera ter.

Escutei muito dizeres do tipo “teu filho é sem vergonha” que a mãe é isso, o pai aquilo, “teve de mais ou de menos”, que “faltaram algumas palmadas” ou que “batia demais”, que “com aqueles amigos só poderia ter acabado desta forma”, que ele é ou não foi... enfim, diversas opiniões como “porque você não interna à força”, enfim, acham desculpas e culpas, mas não estava interessada na opinião dos outros e sim em recuperar meu filho, pois o amor de mãe é puro e o sentimento é de querer muito que seu filho saia desta vida que somente traz destruição, brigas e muitas vezes até a morte.

Vi muitos desistirem, vi muitos acharem que seus filhos estão curados e deixarem de lado o tratamento, mas quando se acredita que pode tratar e isto está lhe fazendo bem, continua-se a luta contra tudo e todos e aposta em si mesmo.

Diziam-me que eu era louca, que estava com depressão, que não sabia nada da vida, que era fria ou não tinha sentimentos, mas vi antes disso que se não tivesse ajuda de profissionais, então sim eu estaria internada em Ana Rech na clínica Paulo Guedes (clínica de doentes de diversas categorias-doenças mentais ou psíquicas entre outras), mas procurei psicólogos, psiquiatra, médicos, terapia, igreja, reuniões e para fortalecer a espiritualidade que me deixa em paz pois sei que estou agindo correto.

Quando procurei o psiquiatra, pedi a ele: doutor, eu estou louca? Ele me perguntou tudo o que estava acontecendo. Chorei muito, abri meu coração e no final da consulta ele me propoz: “faz de conta que eu sou uma pessoa que você ama muito, aliás, a que mais ama no mundo e que estamos perto de um rio com uma corda na mão, eu sendo esta pessoa que você ama muito, eu caio no rio, o que voce faz? Joga a corda ou se atira no rio para me salvar?” Eu havia pensado em minha neta pois não poderia ter escolhido entre meus dois filhos que amo muito. Eu respondi que faria as duas coisas, pois ela é pequena e eu a amo muito. Foi quando ele me disse que realmente eu estava louca. Perguntei porque desta afirmação, foi quando ele me disse que se eu fizesse as duas coisas, nós duas iríamos morrer afogadas e se eu somente atirasse a corda, eu teria força para puxá-la e salvaria uma das pessoas que mais amo na vida.

Isto serve para a drogadição pois se eu ficar fortalecida na espiritualidade e aprender a lidar com a doença, dando limites, então consigo ter força para jogar a corda e salvar esta pessoa que está se afundando no mundo da droga, por isso, procuro ajudas diversas e assim estou bem e muito mais fortalecida.

Acreditar em nós mesmos é lutar contra tudo e todos, contra a discriminação, preconceito e também, apostar em si fortalecendo-se. Deve-se colocar de lado tudo aquilo que aprendemos de errado desde crianças e colocar em prática oque é certo.

Aprende-se o que é manipulação e como controlar isto, dar limites, mesmo que para isso colocam-lhe rótulos de ruim, mas para tratar da droga tem que dar limites. Meus filhos não eram acostumados com limites e faziam de tudo para me manipular.

Descobri que tive problemas com o alcoolismo ao meu lado a vida toda e não sabia que também esta era uma droga tal como cigarro, maconha, cocaína, crack, merla e muitas outras que ainda virão. Estes são os piores inimigos que devemos dizer NÃO, pois levam os filhos, marido, amigos, pai, mãe, irmãos... como se fossem folhas secas ao vento.

Sofro e choro muito a noite – sozinha para que ninguém veja minha fragilidade. Às vezes penso em desistir, mas o amor que tenho é imenso e em nome deste amor fortaleço-me e começo a batalha novamente.

Muitas vezes se vai contra tudo e contra todos, mas sabemos que é certo. Abri mão de princípios que tive a vida inteira, abri mão do orgulho, superioridade e passei a olhar de igual para igual, pois mesmo sendo rico ou pobre, branco ou preto, católico ou evangélico, analfabeto ou intelectual, enfim, perante DEUS somos todos iguais e buscamos o mesmo caminho que é Deus.

Acredito mais nas pessoas, me coloco no lugar delas, sou mais humana, ajudo, enfim, estou tentando ser uma pessoa melhor. Percebi que o bicho-de-sete-cabeças do início quando descobri a drogadição, o buraco negro, somente serviu para me aproximar mais de Deus. Ele que no seu grandioso amor somente nos dá o que temos condições de suportar. Hoje dou graças a Deus, não pela droga ter entrado em minha vida, mas agradeço a Deus por me fazer descer daquele pedestal de orguho, superioridade e aprendi a ser mais humana, mais amiga, olhar de igual para igual a todos e ver que perante Deus somos todos iguais e todos temos problemas e se olharmos para trás, vemos que tem situações piores do que as nossas, e isso nos fortalece a tentarmos ajudar aqueles que precisam.

Sei que é difícil falar no futuro, mas estou aprendendo muito e tenho muito para aprender. Sou imensamente grata a todos que me ajudaram e mesmo aqueles que não ajudaram somente criticando, pois isso me deu mais força para fiar em pé e firme para puxar a corda com força, amor, humildade e com Deus em meu coração

- Texto escrito por uma mãe que teve o problema de drogas com seu filho e de álcool com seu marido.

No momento separada de seu esposo e seu filho não mora mais em sua casa -

Mesmo assim não desiste de ser feliz lutando pelo

bem dos dois, envolvidos na drogadição.

Caxias do Sul, Junho 2010